terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Amar,comer e colher




Amar
Amor?!..Sim!
Amo a melindrosa flor que cultivo na alma
que traz calma e faz sorrir

Comer
Como o necessário e o desnecessário
Como o que faz bem,
Como o que apetece,
Como até o que queima a língua

Colher
Colho o que sempre plantei
a situação mais significante
O que não se dissipa no ar
mas que se promove a cada instante.
A vida!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Estradas e estrelas




Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei.

Embora tenha sido suficientemente fraco pra entrar.

Será ,que há medida que você vai vivendo,viajando,andando,

vai ficando cada vez mais estrangeiro?

_ Deve haver um porto.

Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis.

Meu coração tá ferido de amar errado.

Acho espantoso viver,acumular mémórias,afetos.

É preciso estar distraído, não esperando absolutamente nada.

Não há nada a ser esperado.Nem desesperado.

Tô exausta de construir e demolir fantasias.

Não quero me encantar com ninguém.

Continuo pensando que quando tudo parece sem saída,

sempre pode se cantar.

Por isso escrevo...

Para mim ,atualmente, companheirismo e lealdade

são meio sinônimos de felicidade.

Não me venha com a

história de que atraiçoamos todos os nossos ideiais.

Veja só que coisa mais elitista,capitalista e individualista.

Eu só queria dar felicidade e ser feliz.

Não sei viver uma vida toda para dentro,lendo,escrevendo

compondo e ouvindo música.

É tão estranho carregar uma vida inteira dentro do corpo,

e ninguém suspeitar,das quedas,dos traumas e dos choros

Prefiro pensar que quando não se tem amor,

ainda há estradas e estrelas.






quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Despedida

Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.


Martha Medeiros
P.S.: ao amor que assisti partir e ao tempo que insisti em não passar

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Hipotálamo





Morei tanto tempo em mim , mesmo desfigurando as esquinas.
Mas só agora percebo que eu sempre soube o itinerário.
Que não são necessárias respostas,
mas sim, perguntas bem feitas.
Hoje entendo a ladainha que desfiavas noite
a dentro no carrossel atribulado a vida.
O meu esclarecimento se tornou tão humano.
Consigo sentir as veias por onde
levavas a tal corrente sanguínea que desaguava
no meu rubro pulsante.
Ao entender,compreender,discernir...
Vi que tenho que ser exigentemente disciplinada
no percurso da existência, por mais subliminar
que possa parecer a dialética quase que antagônica
do sentir.
Do dicionário de sinônimos , "capciosa".
Por mais que plausível , tem que ser condizente.
As lágrimas desafiaram gravitacionalmente meu rosto
e me estremeci perenemente aos haveres do fechamento
de tal prognóstico.

Integrar-se-á ....
omnipotente !

And...No pain means no gain

A esperança me chama,
e eu salto a bordo
como se fosse a primeira viagem.
Se não conheço os mapas,
escolho o imprevisto:
qualquer sinal é um bom presságio.

Seja como for, eu vou,
pois quase sempre acredito:
ando de olhos fechados
feito criança brincando de cega.
Mais de uma vez saio ferida
ou quase afogada,
mas não desisto.

A dor eventual é o preço da vida:
passagem, seguro e pedágio.

(Lya Luft)

sábado, 9 de janeiro de 2010


"Então eu virei pra ela e falei assim: ah,nada,boba,
também é assim,se der bem,
se não der,amém.Toca pra frente"


(Adélia Prado)

Ela é uma menina com uma flor - diria Vinicius.Mais eu digo mais.
Digo , então, que ela é uma menina com uma flor e seus encantos.
Tipo bruxa que faz magia pro bem.E ela é assim,mesmo fragmentada
depois da luta,ela parece toda inteira.Porque leva no bolso aquele monte
de girassóis que eu lhe enviei por meio do vento.
E nos lábios carrega ainda aquela prece poderosíssima:

" Andarei vestida e armada com as armas de São Jorge,
Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem,
tendo mãos não me peguem,tendo olhos não me enxerguem
e nem em pensamento,eles possam me fazer mal."

E,assim,ninguém a alcança.Vai ver porque ela não é mesmo daqui.
Veio de qualquer outro mundo distante,
onde o coração pesa mais na balança.
De um lugar onde se trocam carinhos na alma.
Força,estou com você.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

"Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade" (Renato Russo)

Descobri que nenhum elo é inquebrável

que nenhuma distância é razão para adeus
que não tolero lero lero
que gosto de fulana e ciclana mas cultivo o bem-me-quer
que o que mais pega é a saudade

que nenhum sonho é impossível
que rotular as coisas nem sempre é tão bom
que Deus nos dotou da capacidade de nos reinventar
que todos os limites podem ser superados

que você suporta muito mais do que você imagina

que ser feliz depende de você e de quem te cerca

que fazer o certa na maioria das vezes é difícil

que tempo se cria

que o perdão é o gesto mais nobre do mundo

que parcerias são necessárias
que é preciso ter criatividade e muito imaginação

que uma nova amizade pode mudar muita coisa

que quando muito se espera as coisas demoram mais

que as maiores aventuras da vida são aquelas que acontecem com você distraído

que você se torna muito melhor quando para de querer agradar o mundo

que perfeição não existe

que as vezes apenas sussuro quando quero na verdade é gritar

que canta realmente seus males espanta

que você colore seu mundo nos tons que quer
que o importante é o modo como se absorve
que cada dia é uma nova descoberta

que tudo na vida depende da forma como você encara

que o maior dos detalhes são aqueles que ocupam grande parte das suas lembranças

que amar é um grande desafio

que a inveja é o pior dos sentimentos

que sua família é o seu maior bem

que o incomum não significa que seja ruim

que a solidão sufoca

que a imcompreensão perturba

que música com volume alta é a melhor terapia

que ficar lamentando é perder tempo de vida
que sofrer é cansativo e da muito trabalho
que se revoltar não resolve nada
que o cheiro da chuva é gostoso
que lembrar das travessuras de criança coloca o sorriso automaticamente nos lábios

que seguir em frente é o único e o melhor caminho
que na minha casa tem remelexo e cafuné

que lágrimas precisam desaguar pra poder limpar a alma

que é burrice ficar remoendo tristeza do que já passou

que ser abraçado é abrigar-se
que pra tudo há explicação

que o beijo é o princípio do desejo

que um sorriso é a compreensão das palavras na alma

que ficar reclamando não nos leva a lugar algum
que tudo que nós fazemos volta pra nós mesmos

que todo mundo tem algo novo pra te ensinar

que não existe nada como um dia após o outro

que pra toda dor existe uma recompensa

que abandonar o passado é a única maneira de alcançar o futuro que te espera

que respeito é o princípio de tudo

que a superação acontece na hora certa por mais que sofrer pareça uma eternidade

que a morte é apenas uma passagem
que a generosidade é extremamente necessária

que nós somos complexamente exagerados e deliciosamente vivos

que o destino está escrito e sempre se encarrega de tudo

que coleciono filosofias terrenas que me fazem refletir
que o pensamento positivo move montanhas
e que pra tudo na vida há uma saída



quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Feito um pássaro que se desprende dos céus
contando nuvens em redemoinho de sonhos
desfaço os pecados pra catequizar o enredo
do meu melhor samba
Zaratustra de um tempo remoto,
concreto cinzas entre asfaltos e lembrança de beijos
Além de qualquer espectativa possuo
planos cartesianos nas medidas subliminares
da minha estante de livros
Mais que Marlon ,mas que seja Brandon.
Maciez de pêlo à olho de gato
Entre garras ,segurando-se no desejo.
Sou aquilo que tenho,não mais o que vejo.
Pus meu pranto no varal para secar as emoções
Me desliguei perante tantas concepções.
Palavras sempre serão palavras,
mesmo num todo que as vezes parece
não ter sentido,cada uma tem seu peso.
Bendito seja o amor que cultivo na gaveta
dentro do meu peito.
Não é enjoo de cigarro,
é pensamento do que foi desfeito.