segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mini conto da intuitivo


Não há como reter a alvorada e como de praxe,ele se sentava na mesma cadeira,com o mesmo rádio e ouvia as mesmas músicas todos os dias.
Ele sabia quando as luzes nos postes se acenderiam e a que horas se apagariam.
Ele era feito de resto de estrelas caídas e pouca teoria,contudo,nele havia algo
que muita gente almejava ,mas que pouco se sabia a respeito.
O olhar do velho homem se perdia no ar,mas ele sempre via o que queria.
Seu corpo cansado era franzino, entretanto, sua alma detinha a necessária sabedoria .
Embebido da certeza que continha no mais amplo dos seus sentidos,ele não deixava desmerecer suas ânsias e ia de encontro com o destino,mesmo que parado.
Vários adjetivos valiam suas espectativas e grande eram as especulações que recheavam suas ideias.
Não havia maneiras de enjaular as sensações ou mesmo domesticar os sentidos,
talvez por isso fosse um tanto quanto arisco.
Os dias passavam e ele não sabia fugir daquela rotina, por saber que intuição é artigo de luxo em terra de escassa minúcia.
Como em um ritual,ele se alvejava buscando o que estava incumbido de estonteante pureza no seu cerne e deixava o seu resto vagar livremente,de modo a capturar relíquias.
Ele não ousava uma ação sequer fora daquele quadrante,pois sabia que há tempos sua rota já havia sido traçada.
Não que fosse conveniente ou supostamente confortável,mas o própio antídoto também era o seu mais precioso veneno.
Nenhuma taça lhe mata a sede mas o sarrabulho lhe embriagava.
Um suave sorriso levantava suas expressões e ele se dava pos satisfeito...
Não pelo que se repetia paulatinamente na sua frente,mas por ter a certeza de que o que era seu,estava guardado, e isso, ninguém nunca o tomaria.