"Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. [...] E se ela se afogar, se recupera. [...] E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca – levanta e segue em frente."
(Caio Fernando de Abreu)
Assim como Caio Fernando de Abreu,e sua grande amiga Hilda Hilst,que talvez seja assim como eu e milhares de outros que pensam,sentem,vivem,amam,sofrem,cantam,choram,demais,demais,demais.
Talvez a verdadeira intensidade seja privilégio de poucos,não dos que querem,mas sim,dos que sabem vivenciá-la,nem sempre da maneira correta,menos dolorosa,mas na medida que a própia natureza exige,verdadeiramente sendo o que é,desconstruindo o modelo do que a sociedade rege,enfatizando através do coração,alma e espírito o que é necessário a existência.
Aos amantes capitalistas e seus contratos nupciais,as promissoras madames que andam com seus cartões recheados de cifrões e com a cabeça,alma e verdades vazios,isolados,talvez nunca evidentes,por deixar de existir, o que não se pratica.
O amor é muito mais do que pensamos e vivemos,ninguém soube definí-lo e a medida que a realidade mostra sua cara é que vemos que a maioria nunca saberá identificá-lo,não por falta de oportunidade,nem por falta de sensibilidade,mas por excesso de tudo,menos de compreensão e discernimento.
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