Estonteantemente linda , a beleza dessa Maria sem vergonhosa, doeu tanto ,
que eu dei de chorar por causa de uma flor comum,misteriosa do caminho.
Uma delicada flor,ordinária,brotada da trivialidade do mato,nascida do varejo da natureza.
Me deu espanto.Me tirou a roupa,o rumo,o prumo e me pôs a mesa.
É a porrada da beleza!
Eu dei de chorar de uma alegria funda,quase tristeza.
Acontece e as vezes não avisa.A coisa estarrece e abre-se um portal,é uma dobradura do real,uma dimensão dele.Uma mágica a queima-roupa,sem truque nenhum porque é real.
Doeu tanto e com tanta força,que eu dei de soluçar.O esplendor do que vi, era pancada , era baque e era bonito demais.
Penso as vezes que vivo pra esse momento,sagrado,material,cósmico quase molecular.
Posto que é mistério descreveu exato,perambula a ermo dentro da palavra impronunciável.
Sei que é dessa flechada de luz que nasce o acontecimento poético.Poesia é quando há iluminação zureta,bela e furiosa.Desse espanto se transforma em palavra.
A florzinha distraída,existindo singela na rua paralelepipeda,doeu profundo como se passasse do ponto.
Como o máximo do gozo,aquele ápice do prazer.Aquele máximo indivisível que a gente pensa até que vai morrer.Aquele momento que de tão bom, é bom de doer.
No instante em que a gente pede: _Pára!
Querendo e não querendo mais poder porque mais do que aquilo, não se aguenta mais.
Sabe como é...
Violenta as vezes de tão bela que a beleza é.
Perfeita....me identifiquei muito..=)
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