quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A Fúria da Beleza


Estonteantemente linda , a beleza dessa Maria sem vergonhosa, doeu tanto ,

que eu dei de chorar por causa de uma flor comum,misteriosa do caminho.

Uma delicada flor,ordinária,brotada da trivialidade do mato,nascida do varejo da natureza.

Me deu espanto.Me tirou a roupa,o rumo,o prumo e me pôs a mesa.

É a porrada da beleza!

Eu dei de chorar de uma alegria funda,quase tristeza.

Acontece e as vezes não avisa.A coisa estarrece e abre-se um portal,é uma dobradura do real,uma dimensão dele.Uma mágica a queima-roupa,sem truque nenhum porque é real.

Doeu tanto e com tanta força,que eu dei de soluçar.O esplendor do que vi, era pancada , era baque e era bonito demais.

Penso as vezes que vivo pra esse momento,sagrado,material,cósmico quase molecular.

Posto que é mistério descreveu exato,perambula a ermo dentro da palavra impronunciável.

Sei que é dessa flechada de luz que nasce o acontecimento poético.Poesia é quando há iluminação zureta,bela e furiosa.Desse espanto se transforma em palavra.

A florzinha distraída,existindo singela na rua paralelepipeda,doeu profundo como se passasse do ponto.

Como o máximo do gozo,aquele ápice do prazer.Aquele máximo indivisível que a gente pensa até que vai morrer.Aquele momento que de tão bom, é bom de doer.

No instante em que a gente pede: _Pára!

Querendo e não querendo mais poder porque mais do que aquilo, não se aguenta mais.

Sabe como é...

Violenta as vezes de tão bela que a beleza é.

(Elisa Lucinda)

Um comentário:

Encaixote suas ideias com cuidado!O feitiço pode virar contra o feiticeiro...